Brazilian Content fecha mais uma participação de sucesso no MIPCOM 2025

O Brazilian Content, programa de exportação do audiovisual independente brasileiro, fechou na última quinta-feira, 16 de outubro, mais uma participação de sucesso no MIPCOM, um dos maiores e mais importantes eventos do mercado audiovisual mundial, que reúne mais de 10.500 participantes e mais de 3.200 decision makers de mais de 100 países que acontece anualmente em Cannes, na França.
A delegação brasileira deste ano foi composta por 26 empresas e 31 profissionais, incluindo 14 empresas paulistanas que receberam apoio financeiro por meio do NextFrame São Paulo, iniciativa que promoverá a presença de 180 profissionais brasileiros em 13 mercados internacionais ao longo de 2025 e 2026, realizada pelo ICAB através da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), em parceria com a Spcine.
O MIPCOM foi o segundo evento apoiado pela iniciativa, que já levou 10 profissionais para o Pixelatl, no México, em setembro, e prepara as próximas delegações para o AFRIFF, na Nigéria, em novembro, e Ventana Sur, na Argentina, em dezembro. O programa tem mais nove eventos já programados para 2026.
O Brazilian Content teve um estande no tradicional Palais des Festivals, que serviu como ponto de encontro entre a indústria internacional e a produção independente brasileira. Na quarta-feira, o programa, com o apoio da ABRAMUS, recebeu inúmeros convidados para a sua tradicional Caipirinha Hour, muito aguardada por todos os que já conhecem o nosso happy hour à brasileira.
Confira o catálogo das empresas participantes: BrC Catalogue_MIPCOM-2025.pdf
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Insights do MIPCOM 2025
Além de reencontrar parceiros e abrir novas oportunidades para as empresas brasileiras, o MIPCOM 2025 consolidou tendências que devem moldar o futuro do audiovisual global.
1. O YouTube assume protagonismo
O YouTube teve presença marcante em Cannes, com espaço próprio e keynotes de seus executivos. O foco agora é claro: aproximar-se dos produtores e estúdios para ampliar a produção de conteúdo profissional e licenciado.
Segundo a C21 Media e a Señal News, a plataforma se posiciona como elo entre o ecossistema dos criadores digitais e o mercado tradicional de TV e streaming, um movimento que redefine as fronteiras da distribuição.
Para os produtores brasileiros, o recado é direto: o YouTube deixou de ser apenas uma vitrine. É um canal estratégico de negócios, coprodução e monetização.
2. Inteligência Artificial: de ameaça a aliada
Se em edições anteriores o tema gerava incerteza, neste ano a IA foi tratada como ferramenta essencial de criação e eficiência.
Painéis e demonstrações mostraram seu uso em roteirização, pós-produção, tradução, localização e até no desenvolvimento de microdramas verticais.Empresas como Banijay e Kling AI apresentaram cases de integração de modelos generativos em fluxos de produção.
A tendência aponta para processos mais ágeis e acessíveis, sem substituir a criação humana, mas ampliando a escala e a competitividade das produções independentes. Leia mais em The Hollywood Reporter.
3. Conteúdo vertical e formatos curtos
Outro tema onipresente foi a verticalização dos conteúdos e a expansão dos formatos de curta duração. Segundo dados da Omdia divulgados pela Señal News, os microdramas devem movimentar US$ 11 bilhões até o final de 2025.
Os painéis “Vertical Series and the Future of Global Storytelling” e “Inside Micro Drama” reforçaram que o mobile first é hoje parte da estratégia central de qualquer player global. Para o Brasil, a mensagem é clara: pensar em versões verticais e curtas desde o desenvolvimento dos projetos aumenta as chances de circulação internacional e de engajamento em plataformas como YouTube Shorts, Instagram Reels e TikTok.
4. Coproduções europeias ganham força
Os broadcasters europeus aproveitaram o MIPCOM para anunciar acordos de coprodução e conteúdos compartilhados, buscando reduzir riscos e ampliar a presença global de suas obras.
A Broadcast Now e a C21 Media destacaram que as colaborações transnacionais se tornaram prioridade, com novas alianças entre canais públicos, estúdios independentes e streamers europeus.
O International Drama Co-Production Summit reforçou esse movimento ao debater modelos de financiamento compartilhados e pipelines de séries globais.
Para as empresas brasileiras, abre-se uma janela para coproduções com players europeus, unindo criatividade local, financiamento internacional e distribuição ampliada.
5. Destaque brasileiro: Globo celebra 100 anos com presença marcante
A Globo teve participação expressiva no MIPCOM 2025, consolidando sua posição como uma das principais produtoras e distribuidoras de conteúdo da América Latina.
A empresa apresentou novos títulos internacionais e promoveu ações comemorativas pelos 100 anos do Grupo Globo, marcando um século de contribuição à comunicação e ao audiovisual no Brasil.
A cobertura da PRODU destacou a ampla presença da companhia em negociações estratégicas com plataformas, canais europeus e players latino-americanos, além de seu investimento crescente em narrativas locais com potencial global.
O que fica de Cannes para o audiovisual brasileiro
O MIPCOM 2025 deixou claro que a indústria global se move em quatro eixos complementares: colaboração, tecnologia, formato e comunidade.
O Brazilian Content segue atento a essas transformações, apoiando produtores independentes na construção de pontes internacionais, na adoção de novas linguagens e ferramentas, e na promoção do audiovisual brasileiro no mundo.
